
Ola seres pensantes,
Pra começar o post de hoje gostaria de explicar algo sobre
essa coluna. Meu objetivo não é mudar a
opinião de vocês. Não é ser a dona da verdade. Eu ofereço a vocês a minha
opinião nua e crua para despertar na
cabecinha de vocês suas próprias opiniões . Sejamos sinceros, quantas vezes
pensamos "ah, isso não me afeta, não
tenho porquê ter uma opinião formada sobre isso..." ? Eu tenho visto muitas pessoas que só reclamam, mas quando estão em debate não
sabem bem basear seus pontos de vista e eu senti vontade de sacudir esses
pensamentos e esse é o nosso objetivo aqui.
Feed Back do post passado:
Fiquei muito feliz com os
comentários em resposta do primeiro post e espero ter cada vez mais seguidores
que não têm medo de expor suas opiniões. Vocês são super bem vindos. Não existe
uma verdade única, existem pontos de vista que podem formar verdades mais, como
posso dizer? aceitáveis? confortáveis? vamos tentar somar e não nos reter a
um único olhar. Vamos além dos nossos gostos pessoais, vamos pensar além!!
Bom, vamos começar.
Eu Juliana já tive (acho) que a maioria das experiências de ensino que uma pessoa poderia ter. ( criança traumatizada sem referências hahah) Já estudei em colégio público, particular, militar, religioso, faculdade privada e federal. Já morei em lugares de culturas muitíssimo diferentes: Rio de janeiro e seus cariocas, Natal e o povo nordestino feliz da vida, Porto Velho e hábitos indígenas até em festas juninas, Brasília e sua população fria, fora os lugares que conheci graças a um pai praticamente nômade. Então, acho que tenho um pouco de liberdade pra julgar todas as pessoas como IGUAIS. Logo, vamos falar de cotas? Também.
Faço faculdade desde 2010, mas em 2012 resolvi prestar vestibular pelo ENEM, porque sou uma pessoa que está sempre insastisfeita e eu quero mais! Sempre mais! Então, ter uma carta na manga pra mudar de faculdade me agrada. Não fui mal na prova, tive uma média acima do esperado e estava feliz com isso até lembrar das COTAS! Cotas para negros, escola pública e indios? Cotas para brancos que se declaram negros? Cotas para pessoas de classe média que se formam em escolas públicas para receber vantagens? Também. Não tiro a razão de ninguém, mas acho que se declarar "diferente" deveria ser vergonhoso. Aceitar ter um acréscimo na sua nota por ser negro é um preconceito consigo mesmo. Alguns dirão que eu digo isso por não ter tal benefício, não vou ser hipócrita, eu usaria o meu direito. Mas a pergunta é: POR QUE existir cotas? Por que diferenciar pessoas por sua cor?
Dizem por aí que seria uma forma de pedir desculpa pelo sofrimento que os negros tiveram no passado. (Oi?) É sério que vocês acham que dando " esmolas ", seria o pedido de desculpas ideal? Acho que o pedido de desculpas teria que ser por julgar o cérebro das pessoas diferente pela quantidade de melanina. Não sou boa em Neuroanatomia, mas tenho certeza que a cor das pessoas não interfere no trabalho dos neurotransmissores e tudo mais. Então, você que é negro, pare de achar que tudo é preconceito com você! Preconceito maior que este não existe! Sua cor lhe dar vantagens e bônus é a maior subestimação possível da sua capacidade de raciocinar, aprender e evoluir sozinho. Na verdade, eu sempre achei que o maior preconceituoso fosse o próprio negro consigo mesmo, eu lhe chamar de preto dá cadeia, você me chamar de branquela pode? Ah me poupem. Somos todos malditos seres humanos, com anatomia igual (menos a bunda ne? Maldita genética afrodescendente que promove corpos esculturais sem esforços haha) e apenas com variação de melanina. APENAS ISSO.
Mas tem também aquela teoria de que a cota existe para negros porque são maioria em escolas públicas e de renda baixa. Aí eu tenho que bater palmas para um governo incompetente que analisa, julga e não resolve! O ensino é ruim? Então melhora! A população vive na miséria? Façam alguma coisa. Mas sai mais barato dar cotas, entendo. Eu acho que tudo funciona como uma progressão: Se existe qualidade de ensino capaz de formar indivíduos com conhecimento e sabedoria, teremos seres humanos aptos a passar em uma faculdade, logo terão conhecimento de que são capazes de mudar de vida, evoluir, pertencer a outra classe social, etc. Utopia para a maioria, mas por que não? Invistam menos em futebol, arregacem na educação como se só existisse isso por um tempo e colham no futuro uma população muito mais consciente que depende muito menos de esmolas governamentais.
Outro exemplo que pensei esses dias, o governo RECOLHENDO pessoas viciadas em crack na avenida Brasil para obriga-las a um tratamento. Eu falei: " Que esforço patético ". Queridos, a porcentagem de sucessos será baixíssima. Além do indivíduo não estar mais apto para responder por si, como mudar toda uma cultura dele, assim na marra? Mais uma vez podemos usar progressão: Não gastem dinheiro apenas com programas de recolhimento, gastem dinheiro investindo dentro das comunidades, com escolas, hospitais, organizações, esporte, cultura, lazer, qualquer coisa que dê exemplo, conscientização desde criança, desde a primeira infância, desde sempre!!! Não venham querer remediar algo que poderia ter sido prevenido. Prevenção custa mais barato que remediar. Uma coisa tão lógica que eu não entendo a "não-existência". Fora os problemas "sem solução" ( "O que que não tem remédio, remediado está" - Bolsa família, SUS, bolsa sei-la-o-que... ). Temos a mídia ao nosso favor, somos tantos contra tão poucos, porque continuar aceitando "cala-bocas" ao invés de tomarmos consciência e irmos atrás? Que coisa cansativa, concordo. Mas pior do que a preguiça, é continuar perdendo e muito pelo resto da vida.
São apenas 2 exemplos de coisas que aceitamos que são completamente contra nós mesmos, que são abusos a nossa existência como indivíduos. São criações bizarras de um governo que faz tudo errado e depois ilude o pobre cidadão com esmolas. Pensem em muitas outras coisas que aceitamos! Pensem no que deixamos passar por achar não ter solução! Pelo amor de Deus, PENSEM!
Daqui há pouco teremos cotas para pós-graduação, mestrado e afins, porque o ensino nas faculdades cairá horrores, porque será a continuidade de um ensino caquético não solucionado, teremos bolsa-reabilitação para quando as crianças que cresceram sem nenhuma referência de bom exemplo e capacidade, se tornarem viciadas largadas nas ruas... ETC.
O que vocês acham? Comentem e depois voltem para as respostas, para continuarmos pensando juntos.
Falamos na semana passada sobre novelas e bobagens, hoje vamos pensar algo mais chatinho, porém, muito necessário. Semana que vem falaremos de bobagens de novo. Ok?
Uma boa semana pra todos que não abaixam a cabeça!!
Juliana Martinez
Parabéns Xuzu , você entendeu bem como funciona o sistema falido que existe em nosso país. Só não concordo quando você diz: "Na verdade, eu sempre achei que o maior preconceituoso fosse o próprio negro consigo mesmo, eu lhe chamar de preto dá cadeia, você me chamar de branquela pode?" ; Essa é uma questão complicada pois envolve diferentes formas de "olhares" em relação a cor. Imagina comigo, você entrando em uma loja e sendo impedida de comprar algo ou sendo tratada como marginal em algum lugar apenas por você ser negra, o preconceito existe e esta ai pra todos verem; Mas lhe pergunto, como mudar isso se já esta enraizado na cabeça do preconceituoso? Foi uma lei criada para tentar mudar essa forma de "olhar", não apenas por ser chamado de preto(espero que seja esse o sentido dessa lei). Assim como judeus foram mortos por nazistas, apenas por serem judeus ou então gays sendo espancados nas ruas apenas por serem gays.
ResponderExcluirE se realmente não investirmos em uma educação de qualidade para nossas crianças nada disso vai mudar, preconceito, cotas, bolsas ... Apenas uma bomba de sabedoria e de conscientização na cabeça das pessoas irá acabar com nossos problemas. Obrigado e uma boa semana pra você também ;)
Entendi sua visão. Mas do mesmo jeito que uma pessoa é impedida de comprar algo ou é tratada com desprezo por ser negra, uma pessoa mal vestida e que aparenta ser pobre, também. A forma como cada pessoa lida com o que recebe do mundo é que interessa. Também existem outros preconceitos, mas o preconceito com o negro é sempre o lembrado quando falamos "pre-con-cei-to", é o primeiro a ser lembrado, realmente, por estar enraizado. Mas a forma como os negros lutam e tentam adquirir direitos (que ja possuim so por serem seres humanos) extras justificando a cor da pele, é um preconceito consigo mesmo. Eu nunca processaria um negro por me chamar de branquela, mas eu vejo um drama bizarro quando se trata de um negro. Por que se defende tanto uma cor?
ResponderExcluirEu que agradeço o comentário. Um novo ponto de vista a ser somado ao que eu disse.
Juliana
Que coincidência, estava pensando nisso e que você poderia abordar esse assunto essa semana.
ExcluirPerfeito, já sofri preconceito religioso fiquei muito chateada e com raiva até porque foi a mãe de uma amiga e tinha um monte de gente perto, mas depois parei pra pensar e a coitada da história era ela, pois não sabe viver com o que lhe é diferente. Mas, enfim, nem gosto de falar sobre isso, já perdoei e não me atormenta mais, só disse porque achei pertinente.
Acho triste esse tipo de gente que não se liberta e não olha além do que lhe é mostrado.
É sempre assim não se pode chamar o gordo de gordo, para falar de afrodescendente não pode falar preto, e por aí vai ...
E ainda existe aquele tipo que sempre está na defensiva, tudo que se diga e haja foi na pior das intenções, como esse casal que está fazendo um reboliço acusando a BMW de racismo que inclusive já pediu desculpas mesmo sabendo que a intenção do funcionário não foi descriminar. O que eles querem? Prejudicar um funcionário? Que se implore o perdão de tapete vermelho? Para que tudo isso? É como você disse, "a forma como cada pessoa lida com o que recebe do mundo é que interessa."
Enfim, é o sistema falho e as pessoas hipócritas...
Concordo e não concordo, haha. Os maiores preconceituosos são eles mesmos (sem delimitar uma 'espécie'. Também penso da mesma forma, já morei nesse Brasilzão quase que todo, já conheci gente que o povo da cidade grande nem imagina que existe. Mas enfim, eu sou a favor da cota social, seja ela pra negro, branco, moradores de favela, indios, flamenguistas. Opa, flamenguista não! Mas a cota racial, ao meu ver dá esmola, e dando esmola você não capacita o indivíduo, você o acostuma mal. Agora entra na faculdade pela cota, e depois? Vai ter que abaixar a média porque uma certa classe de pessoas não atingiu a nota exigida. E quando for para o mercado de trabalho? As empresas privadas vão ter cotas? O serviço público vai ter cota? Eu sou branco, to ralando pra subir de vez na vida, e sim, me acho injustiçado com a política de cotas racias. Veja bem, me acho injustiçado, isso não quer dizer que eu tenha preconceito contra os mesmos. Muito pelo contrário. Diversidade cultural e de idéias é o que há.
ResponderExcluirJu querida, que texto pertinente. Vários dirão: "você é branca e pôde estudar na escola particular e militar, é patricinha." Eu já trabalhei com o sistema de "bolsas" que a Universidade de Brasília oferece e sabe como "eles agradecem"? Querendo mais! Não sei como é a política daí, mas eu acho que se na sua cidade tem instituições de ensino mas você quer "aquela lá" então arque com o "prejuízo"! As facilidades são tão grandes que que a maioria deles perde os valores que trouxeram e preferem "viver de facilidades". Não falo da cota para negros que foi inventada justamente pela minha querida UnB, mas sim pela forma "acolhedora" que ela cuida dos alunos de outros estados. Eles recebem dinheiro para se alimentar, dinheiro para morar, assessoria jurídica... se transformam bardeneiros por que entendem que toda a universidade é a casa deles e que o Estado tem obrigações com eles. Nós sabemos que o verdadeiro trabalhador prefere ter um ou dois empregos e pagar para estudar a noite por ter "vergonha na cara".
ResponderExcluirCom relação a Bolsa Família, Escola, Cegonha, Pesca... estudos comprovam que só estimula a pobreza, por que as famílias que são mais numerosas "recebem mais". Em países da Ásia, principalmente as áreas de deserto, os que têm poucas condições de sobrevivência "sentem vergonha de colocar alguém no mundo". E olha que eu nem sei se eles tem acesso aos preservativos, por que o país campeão em importação é o Brasil...
Não preciso assinar, Juju, você sabe quem é. Eu não "preciso do sistema" mas o acompanhei por um tempo, e tenho marcas na alma (graças a Deus as do corpo o tempo apagou) por não ter "me dado" como a "universidade se dá".
Não vamos lutar contra as pessoas (o que normalmente acontece), mas sim contra o sistema.
Forte abraço e parabéns pelo espaço!
Excelente visão acerca do tema. Pena que muitas pessoas que utilizam-se das cotas são fiéis defensores dela! Estudei na UERJ em 2006, quando começaram as cotas. O nível da turma era bem baixo e certamente o ensino foi prejudicado! Passei em 16 lugar com 6.5 pontos. O cotista que passou em 16 tinha uma nota infinitamente pior que a minha. Não me recordo exatamente mas creio que tenha sido 4,5 e várias pessoa ficaram de fora, com 5,9 para baixo por não terem cota. Ridículo né!
ResponderExcluirSó que tem um porém, que não foi explorado por você: Os governantes não tem interesse em instruir a população do país, não querem que as pessoas consigam pensar por si só! Querem continuar com uma massa que possa ser manipulada, uma massa que precisa do "pão e circo" ou seja, restaurantes populares e bbb.
Pensem nisso!
Beijos.
Xu, concordo com tudo. E principalmente com o que o Pedro aqui disse! Os governantes vão continuar fazendo o que bem entendem para que o circo continue. Enquanto não houver uma manifestação CONCRETA e em MASSA, isso não vai mudar. Mas a maior parte da população, e principalmente jovens, não querem de jeito nenhum sair da sua comodidade pra enfrentar qualquer tipo de problema. É uma geração virtual, que reclama e faz barraco no facebook e só com isso já acha que está fazendo algo de importante. Claro que pelo menos é alguma coisa, mas comparando isso ao que realmente precisa ser feito, é praticamente nada. Lis
ResponderExcluirXu, nada tenho hoje a acrescentar. Talvez por estar com uma cólica absurda ou simplesmente por concordar tete-a-tete com tudo que você diz. Detesto qualquer tipo de preconceito (começando pela denominação "raça") e acho triste tudo isso chegar a ser necessário e defendido por alunos negros (ou não!). Já cheguei a cogitar a hipótese de cotas para "paupérrimos", mas de nada adianta se não for resolvido lá atrás. Nunca estudei em colégio público, porém estou longe de ser rica ou ter condição de me manter na UFRJ dos meus sonhos e faço com muito suor aquela merda de faculdade privada (Não sei se pode palavrão aqui, mas ao falar da Veiga não tem como ser sutil).
ResponderExcluirSem delongas, você disse tudo que eu sempre digo e (pode ser que não) continuarei dizendo.
Novamente, parabéns pelo blog. Tô lendo, comentando e adorando. Beijos!!
Meu cérebro acaba de fundir. Quanta bobagem escrita.
ResponderExcluirSó para dar uma dica:
ResponderExcluirhttp://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-11-17/negros-recebem-quase-40-menos-por-hora-de-trabalho-do-que-demais-camadas-da-populacao-segundo-dieese
http://atarde.uol.com.br/economia/materias/1466951-em-sp-negros-ganham-menos-em-setores-que-pagam-mais
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u468918.shtml
http://www.infomoney.com.br/negocios/noticia/2260369/trabalho-negros-recebem-menos-que-trabalhadores-outras-racas-diz-seade
http://blogs.ne10.uol.com.br/peinvestimento/2012/11/14/negros-ganham-menos-e-sofrem-mais-com-desemprego/
http://www.cutsp.org.br/noticias/2012/11/20/no-ramo-metalurgico-negros-sao-minoria-e-ganham-menos
http://wp.clicrbs.com.br/ultimasnoticias/2012/11/15/negros-recebem-salarios-56-inferiores-ao-dos-brancos-em-porto-alegre-segundo-ibge/
E o "Na verdade, eu sempre achei que o maior preconceituoso fosse o próprio negro consigo mesmo, eu lhe chamar de preto dá cadeia, você me chamar de branquela pode? Ah me poupem." foi sério?
Eu me nego a admitir que alguém possa ser tão alienada ao ponto de sequer levantar essa questão falando sério. É assinar atestado de total desconhecimento da existência do conceito de minorias.
Cota tem a ver com inclusão social, não com reconhecimento de inferioridade genética. Quantos negros médicos, engenheiros ou advogados você conhece? Será que é porque eles não querem nada com a vida, não querem estudar que nem os brancos para se darem bem, ou será que é porque possuem mais obstáculos na vida?
E olha a incoerência do seu texto:
Você fala "A população vive na miséria? Façam alguma coisa." , e depois critica o Bolsa-família. Oras, o que é o Bolsa-família, senão uma tentativa de tirar o povo da miséria, garantindo que não se tornem vítimas dos coronéis que mandam nos lugares mais pobres e garantindo que os filhos estejam na escola?
Aliás, se você pesquisasse, veria que o governo está investindo na base. Já procurou pela evolução das notas do Ideb?
Pois é...
E para terminar, uma análise bastante coerente sobre as cotas: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/reportagem/injustica-para-quem-a
Não interessa se vão publicar o comentário ou mudar de opinião, mas espero que leiam e entendam o outro lado além da superficialidade extrema que colocou aqui.
ps: não sou negro, nem pobre, nem cotista.
ResponderExcluirObrigada, volte sempre :)
ResponderExcluirJuliana