Olá pessoal!
Em meio a uma semana extremamente cheia e cansativa, eu consegui tirar um tempinho para escrever para vocês. Então sejam legais, pois quem vos escreve é praticamente um zumbi.
Bom, hoje é de fato a nossa estreia e para começarmos bem, eu escolhi falar um pouquinho sobre Machado de Assis. Alguns podem pensar que Machado está batido e fora de moda, outros podem ter horror à literatura machadiana por ter sido obrigado a ler na escola, mas essa coluna é sobre Literatura e não tem como deixar Machado de fora. Não falarei de datas e nem de história, afinal o Wikipedia ta aí para isso. hehehe
Joaquim Maria Machado de Assis tem seu lugar cativo no cenário literário brasileiro, pois consegue ser atual mesmo após 100 anos de sua morte. Machado não discute apenas a situação da sociedade, discute também os valores do ser humano e essa questão, por mais debatida que seja, jamais chegará a um fim.
Machado escreveu de tudo um pouco, inclusive poesia, em seu livro chamado “Crisálidas”.
(...)
Minh'alma adivinhou a origem do teu ser;
Quis cantar e sentir; quis amar e viver
A luz que de ti vinha, ardente, viva, pura,
Palpitou, reviveu a pobre criatura;
Do amor grande elevado abriram-se-lhe as fontes;
Fulgiram novos sóis, rasgaram-se horizontes;
Surgiu, abrindo em flor, uma nova região;
Era o dia marcado à minha redenção.
Era assim que eu sonhava a mulher. Era assim:
Corpo de fascinar, alma de querubim;
Era assim: fronte altiva e gesto soberano,
Um porte de rainha a um tempo meigo e ufano,
Em olhos senhoris uma luz tão serena,
E grave como Juno, e belo como Helena!
Era assim, a mulher que extasia e domina,
A mulher que reúne a terra e o céu: Corina!
...
No entanto Machado é mais conhecido por seus romances e acredito que é nesse tipo de escrita que ele usa uma de suas marcas mais interessantes, o humor irônico. Como, por exemplo, no trecho de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, onde o defunto autor dedica suas memórias a um verme.
Ao verme
que
primeiro roeu as frias carnes
do meu cadáver
dedico
como saudosa lembrança
estas
Memórias Póstumas
Existem outros traços interessantes na literatura machadiana, como, a escolha dos nomes das personagens. Através dos nomes podemos saber alguma coisa do perfil e do caráter delas. Em “Dom Casmurro” temos:
Maria da Glória: Mulher bondosa e generosa. Após diversos abortos, ela faz uma promessa e um filho nasce com vida;
Bento: filho de Maria da Gloria, ao nascer sua mão prometeu que o faria padre. É o esperado, o prometido;
Capitu: Além dos olhos tem também o nome misterioso.
Bom, Machado de Assim é isso e muito mais. Para quem não conhecia muito bem o autor e se interessou eu indico a minissérie “Capitu” e para aqueles que já conheciam e já leram quase todas as obras, a minha dica é o livro “Missa do Galo: Variações Sobre o Mesmo Tema”. Nesse livro, o conto “A Missa do Galo” é reescrito por vários autores. Isso sem falar no acervo do domínio público, onde tem a obra completa do Machado de Assim.
É isso aí pessoal! Espero que vocês tenham gostado e qualquer coisa é só comentar.
Machado realmente é um clássico. Estou super animada p comprar o livro,ótima dica.
ResponderExcluirMuito interessante, assisti esta série à época e sua fotografia é realmente linda. A obra de Machado de Assis é verdadeiramente atual.
ResponderExcluirNão conheço a obra de Machado de Assis e para ser sincera não é algo que me chame a atenção. Parece ser cansativo, mas vou procurar conhecer Capitu. Porque até hoje só conheci a Capitu interpretada pela Giovana Antonelli em Laços de Família. rs Vc falou de literatura e livros que somos obrigados a ler na vida escolar e me lembrei da 7º série em que a professora nos pediu para ler O Conde de Monte Cristo de Alexandre Dumas. Livro Fantástico! E que me influenciou muito para me transformar em leitora. Beijos! Marcela.
ResponderExcluirMarcela, a obra de Machado de Assis é muito interessante, acho que vc irá gostar muito.
ExcluirBom, quanto aos professores, acredito que eles nos obriguem a ler alguns livros, porque sabem de sua importância.